terça-feira, 15 de abril de 2014

I. Os Filhos do Mercador

O texto à seguir se trata de uma história, com os antecedentes de meu personagem em um LARP (Live Action Role Playing). Mesmo que não joguem comigo, alguns já estarão familiarizados com o nome devido a outras role playings. Recomendo que esqueça tudo que sabe sobre o personagem e permita-se conhece-lo novamente agora.
Ginhu aos 12 anos (5 anos antes da morte de Dorian)

Os barulhos matinais me arrancavam do sono. Logo, me levantei vestindo roupas com as cores de meu pai, e procurando por minha cimitarra. A tenda era espaçosa, uma das regalias por meu filho do dono da caravana. Enquanto procurava pela espada, uma garota adentrou a tenda, vestida com roupas das mesmas cores cinzentas que as minhas e ocultando a maior parte do corpo. 
- Akht, como vai? - disse dando um abraço na mais nova, que logo sorriu.
- Akh, que bom que esta de pé. Estou bem, porém Baba deseja falar com você e Crono... Agora - disse a garota e logo se abaixou, pegando algo em um canto afastado de minha tenda. - Precisa tomar mais cuidado com suas coisas, Akh - disse ela, me entregando a cimitarra que eu tanto procurara e saindo com uma breve reverência.
Quando a garota saiu, pus-me a pensar. O que Baba poderia querer comigo tão cedo? Será quer passar mais algumas informações sobre o comércio? pensava, enquanto saia de minha tenda, dando com a paisagem verdejante que era muito rara em minha terra natal. Estávamos próximos ao Dosel, e as diferenças entre lá e Bang-Úr eram notáveis. A tenda de meu baba fora posta próxima ao rio e me dirigia para lá, quando fui parado por um dos homens de minha caravana.
- Salaam, você está indo ver seu Baba, não é? - perguntou o homem cujo o nome eu não lembrava.
- Salaam, sim estou indo para lá agora mesmo - respondi, do mesmo modo informal, esperando que o homem permitisse meu caminho.
- Bom, diga a ele que a encomenda está pronta... Ma Salama, criança - disse o mais velho, antes que me deixasse seguir caminho.
- Chukran - agradeci, antes de seguir meu caminho até a tenda de Baba.

Quando cheguei lá, Baba e Crono me esperavam, aparentemente estudando um mapa. Crono levantou os olhos e fez sinal para que me aproximasse.
-... como ia dizendo, é algo relativamente fácil, por isso estou mandando seu irmão com você. Vocês vão até Cruza Rios, protegem o nobre no caminho para Bang-Úr e depois me enviem um falcão relatando o sucesso da missão, entenderam? - perguntou Baba, olhando tanto para mim quanto para Crono.
Por um momento fiquei confuso, mas Crono me deu uma piscada, dizendo que não era nada de mais.
- Pode deixar Baba, eu e Ginhu cuidaremos disso para o senhor - respondeu Crono com um sorriso confiante.
- Assim espero meus filhos... - disse Baba, enquanto se sentava em uma cadeira.
- Baba, um dos homens disse que a encomenda está pronta - disse, e pela reação de Baba, parecia que isto já era esperado.
- Falem com Steve antes de pegarem os cavalos, ele lhes dará o que precisam - disse Baba e fez sinal para que nos retirássemos. Tanto eu quanto Crono fizemos uma meia reverência e saímos para nos preparar para a viagem.

Durante todo o caminho para a tenda de Steve questionei sobre os assuntos tratados antes de minha chegada, porém, Crono dizia que isso era uma surpresa, eu saberia quando chegasse a hora. Chegando na tenda nos foi dado água e comida, além de peças de ouro para eventuais despesas e duas cartas seladas.
- Se encontrarem problemas com as autoridades, deem isso à eles e podem seguir caminho, você já sabe o procedimento, Crono - recomendou Steve.
Em pouco tempo estávamos na estrada, em dois cavalos malhados. Crono e eu vestíamos a mesma roupa cinzenta. As únicas coisas que nos diferenciava é que a cimitarra dele era maior e o fato de ele ser mais alto.
- Ahk, você já praticou com a cimitarra, não? - perguntou Crono quebrando o silêncio após várias horas de cavalgada.
- Claro que sim, porém acho que não chego aos seus pés - respondi com sinceridade para Crono, que parou de cavalgar.
- Que tal um rápido duelo? De acordo com o mapa estamos próximos à uma vila onde poderemos passar a noite... O sol ainda estará no céu por horas. Então, o que me diz, Ahk? - perguntou ele, enquanto sacava sua cimitarra.
- Claro, porque não? - respondi, também descendo de meu cavalo e sacando minha arma.
Ambos nos encarávamos, eu em movimento constante e Crono parado, se não por seus braços e a própria arma. O primeiro contato das lâminas foi com um golpe meu. Crono aparou com a parte côncava de sua lâmina, prendendo minha espada e me empurrando com a mão livre. Ele deu um breve sorriso e fez que não com a cabeça. Após sucessivos golpes não efetivos, Crono decidiu atacar, investindo contra meu ombro. Tentei defender com a parte convexa da lâmina, porém Crono simplesmente deslizou pela superfície da lâmina, até chegar em meu braço e fazer um corte superficial. Eu fiz uma careta de dor mais mantive a postura.
- Precisa treinar mais, Ahk - disse ele guardando sua arma e pegando um pouco de água para lavar meu ferimento.
- Como disse, não chego aos seus pés - comentei, tentando esconder minha frustração, enquanto também guardava minha arma.

Como previsto por Crono, antes do entardecer chegamos à um pequeno vilarejo onde passaríamos a noite, porém, eu não sabia que aquele lugar me marcaria tanto quanto o fez.

sábado, 12 de abril de 2014

Amizade

Bom, eu sou basicamente uma pessoa egocêntrica, chata, teimosa, orgulhosa... A lista segue quase que eternamente, mas mesmo cheio de defeitos, existem pessoas que conseguem me suportar. Esta postagem é dedicada especialmente à meus amigos, e os principais dentre eles serão mencionados no final.
Se você me aguentou, seja por um ano, por três ou até dez anos, você é uma pessoa muito boa, e realmente vale a pena para mim. Amigo para mim é coisa séria, mas infelizmente, não sei discernir entre um amigo verdadeiro e falsos amigos. Eu já considerei muita gente que não dava a mínima para mim, ou que não valia a pena... Disto eu me arrependo profundamente. Mas, tem pessoas que percebi que são realmente bons amigos, tanto por suas atitudes, quanto para sua atenção e compreensão para comigo. Sejam amigos virtuais, amigos físicos ou um híbrido de ambos, todos são amigos reais.
Existem aqueles que escutam meus desabafos e me aguentam quando estou irritado, para esses agradeço por sua paciência para com uma pessoa tão estúpida e dom para me acalmar em alguns casos. Também tem aqueles que me tomam como base, contando seus problemas e buscando apoio em mim, para esses eu agradeço pela confiança e peço para que continuem firmes, apesar das adversidades. Tem os meus preferidos também, aqueles que sabem de coisas que não conto para ninguém... Mais especificamente vocês Samantha e Manoela. Agradeço à vocês por manterem essas coisas secretas, e por me ajudarem à tirar esse tipo de coisa do peito, se não fossem por vocês, eu me afundaria na repressão. Bom, todos eles, são ótimos amigos, salvo à raríssimas exceções que ficamos num morde e assopra, mas ainda esses últimos são verdadeiros.
Obrigado Joyce Grint, Manoela Sampaio, Samantha Dappes, Laleska Freitas, Thiago Ribeiro, Hudson Zanelato, Wallace Zanelato, Gabriela Pfaltzgraff, Beatriz Silva, Elza Ormond, Alexia Bitencourt, Nicollas Alcântara, Isa Resende, Ana Clara, Luiza Cezar, Beatriz Aragão, Ana Paula, Luis P. Young, Afonso e Pâmella Peixoto

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Fazer o bem por querer fazer o bem


Observando os outros a minha volta, notei que há basicamente três tipos de pessoa: As que não ajudam o próximo, seja por egoísmo, preguiça, ou qualquer outro motivo; As que ajudam o próximo, porém apenas por esperar ganhar algo em troca, seja uma recompensa mundana ou algo que sua religião promete, como a vida eterna em um paraíso, uma próxima encarnação boa, subir nos planos para alcançar o Nirvana, etc; E por fim, as que ajudam o próximo simplesmente porque seu código moral diz que é o certo a se fazer, sem esperar que hajam recompensas mundanas ou divinas.
Não preciso dizer que eu critico constantemente as pessoas do primeiro tipo. Tenho bastantes colegas e amigos assim, mas o egoísmo da parte deles muitas vezes é motivo para um distanciamento meu, ou mesmo alguns sermões que dou sobre como é importante ajudar os próximos e "faça com os outros o que gostaria que fizessem com você". Se você é uma pessoa deste tipo e está lendo isso agora, quero que imagine isto. Você está andando pelas ruas da sua cidade tranquilamente, talvez ouvindo uma música em seu fone de ouvido, ou enviando mensagens pelo whatsapp através de seu telefone, algo do gênero. Você não percebe a aproximação de um homem e sente algo em sua costas, demora um momento até você perceber do que se trata, mesmo depois  de o homem falar. Sua reação é de choque, ou você para imediatamente, ou continua a andar, você fica extremamente nervoso, pensa algo como "Eu vou morrer". Você dá tudo que ele pede, celular, dinheiro, bolsa/mochila, tudo. Por fim, o cara vai embora e pede pra você não olhar para trás, você continua com medo enquanto lentamente anda para longe do lugar do ocorrido, pensa algo como "Agora ele me dará um tiro pelas costas e eu morro". Bom, você acaba de sofrer um assalto à mão armada e chega a um ponto de ônibus. Você chora bastante, procura por alguém para te emprestar o celular para fazer uma ligação para casa, pois você não tem dinheiro para o ônibus nem qualquer contato com familiares... Porém, ninguém quer te ajudar. Alguns por descaso, alguns por preguiça, outros porque tem coisas mais importantes para fazer, não têm tempo para ajudar os outros. Reflita, pense se você do outro lado, numa posição que poderia ajudar uma pessoa assaltada, faria isso ou negaria a ajuda por seus motivos?
Bom, o segundo tipo pelo menos fazem o bem, mas eles têm algo muito comum entre os religiosos, a hipocrisia. Eu estudei algumas religiões, tanto vivas quanto mortas (mitologias), além de ter conhecimento relativamente bom sobre minha própria religião, e sei que a grande maioria delas é contra a hipocrisia. No cristianismo você tem que fazer o bem porque é de seu coração fazer isso, e não porque quer ir para o seu, na Wicca você tem que fazer porque é o certo à se fazer, não porque sua próxima encarnação será boa com isso ou a coisa voltará três vezes mais forte para você, e por aí vai. E não venha me dizer que é ateu ou agnóstico, porque vocês também podem se enquadrar nesse tipo. Ajudar à encontrar um cachorrinho pela recompensa gorda, ajudar alguém que promete te ajudar depois, ou alguém importante por esperar que ela se lembre de você no futuro e você possa cobrar um favor, essas coisas também te enquadram aqui, pois você já faz o bem esperando ganhar algo em troca. Minha dica para vocês? Parem de pensar no que poderiam ganhar ajudando as pessoas, ou o que perderiam por ajudar-las, ao invés disso, pense em duas coisas: "Se eu não ajudar, quem ajudará?" "Eu no lugar dela, iria querer ser ajudado incondicionalmente". Bom, vocês não são de todo ruim, só precisam parar de esperar por motivos para ajudar.
Agora, o terceiro tipo. É aquela pessoa que se pedem um carregador na escola, ele imediatamente tira da mochila e entrega, se pedem uma caneta, ele pega sua melhor no estojo e dá para a pessoa, e com esses pequenos gestos já mostra sua disposição para ajudar o próximo. Geralmente, são pessoas com alto grau de empatia, que se não ajudarem alguém em dificuldade, se sentirão mal até descobrirem o que aconteceu com a pessoa. Eu me enquadro nessa categoria, apesar de meu egocentrismo. Eu acho que sou o centro do universo? Sim, acho, mas por ser bem empático, penso que se a outra pessoa gira ao meu redor, ela precisará de minha ajuda para se manter girando. Foi um péssimo exemplo, mas qualquer um que ficar comigo por tempo suficiente, perceberá que eu ajudo o próximo sem me preocupar com o quanto serei prejudicado, ou se ganharei algo em troca. Muitas vezes, já neguei uma recompensa simplesmente pro não achar que merecia, pois eu fiz uma coisa bem banal, como ajudar uma mulher a colocar suas compras dentro do ônibus. Para pessoas desse tipo, só tenho uma recomendação: Continuem assim, não percam a sua fé na humanidade, amem aos outros, mesmo quando receberem ódio por resposta, perdoem mesmo sabendo que não receberão perdão e também, nunca deixe de lado as pessoas caras à você. Essa foi para minha família e meus amigos mais próximos. Provavelmente vocês saberão que estou falando de vocês.
Bom, me empolguei um pouco aqui, mas é basicamente isto, amanhã continuarei falando sobre algum outro assunto.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ginhu - A Origem

Bom, estou começando esse blog por sugestões alheias, e não escreverei sobre nada em especial, só sobre o que sentir vontade. Bom, baseado nisso, vamos lá. Hoje gostaria de explicar a origem do meu pseudônimo que tanta gente conhece, mas poucos sabem o que significa para mim. Bem, para explicar a origem de Ginhu, teríamos que voltar até a minha infância. Eu me chamo Rogerio de Oliveira Sampaio Júnior (sem acento mesmo), mas nunca gostei de ser chamado de Juninho ou afins, por isso, para me diferenciarem de meu pai me chamavam de Rogerinho. Com o tempo, para facilitar a dicção e diminuir o tempo do apelido, passaram à me chamar de Gerinho. Passou-se um tempo, e eu cresci. Rogerinho e Gerinho não poderiam mais ser aplicados à mim, por remeter à crianças pequenas, e eu já era alto naquela época, e bem precoce. De Gerinho tiraram o er, ficando Ginho, apelido que até hoje sou conhecido entre familiares e pessoas mais próximas. Bom, perceberam que estamos chegando lá, né? Mas um grande período de tempo se passou entre Ginho e finalmente o Ginhu. Bom, tudo começou no Habbo Hotel, um joguinho que muitos já devem ter ouvido falar. O nome Ginho já estava tão imerso em mim, que como nick no habbo eu quis botar ginho81 (eu tinha oito anos na época e meu irmão um), porém, já haviam pegado este nome antes. O que eu fiz? O que toda pessoa quando vai registrar e pegaram o nome fazem, mudei uma letra. ginho81 se transformou em ginhu81, e assim, nasceu Ginhu, o que anos depois viria a se tornar um grande pseudônimo que lentamente vai abrindo caminho para fora da internet, por meio do LARP e o rpg de mesa.